Ativismo social

Há quarenta anos, Jacques Ribemboim se dedica ao ativismo socioambiental e cultural em Pernambuco. Em 1980, presidiu o grupo jovem beneficente judaico Nitzan (“Semente”, em hebraico), que procurava levar teatro e diversão a orfanatos do Recife. Desde então, manteve-se engajado em importantes causas, como:

1. Recuperação de áreas urbanas degradadas: Desde 1999, Jacques Ribemboim se dedica a contribuir para a melhoria dos espaços urbanos centrais. Na rua Velha, criou a ONG Civitate, junto com um grupo de idealistas que sonham com a retomada da qualidade ambiental e residencial de bairros como a Boa Vista, Santo Antônio, São José, dentre outros. Com relação ao Projeto Novo Recife, proposto pelas construtoras para o Cais José Estelita, Jacques tem postura contrária e luta pela desapropriação mediante indenização e a imediata conversão da área em um grande parque estadual.

2. Luta pelo fim do preconceito e da estigmatização das pessoas de mais idade. Com a participação de colegas da União Brasileira dos Escritores, publicou o livro “O Fim da Velhice – a superação bem-humorada de um conceito”, que difunde a ideia da superação de barreiras etárias, valorizando o papel dos de mais idade na vida moderna. Em 1997 foi um dos fundadores do Fórum Centro-Oeste para a Política Nacional do Idoso, sediado em Brasília.

3. Em Defesa do Livro e do Autor Pernambucanos: Jacques Ribemboim não aceita a exclusão dos livros pernambucanos das estantes nas livrarias situadas em Pernambuco. Com apoios de amigos escritores e das academias de letras do estado procura valorizar a cultura pernambucana. Ajudou na criação de uma Lei de Defesa do Livro Pernambucano, que está em vigor e obriga as livrarias a comercializarem livros escritos e produzidos em Pernambuco e no Nordeste.

4. Preservação da Synagoga Israelita do Recife: um edifício de grande valor histórico, afetivo e religioso estava por ser destruído em 2005, quando um grupo de pernambucanos de vários credos decidiu preservá-lo, tendo como presidente Jacques Ribemboim. A sinagoga, construída em 1927, continua a existir na Rua Martins Junior, bairro da Boa Vista.

5. Luta contra o neocolonialismo interno: desde a década de 80, defende o fim da exploração regional do Nordeste pelo Sudeste. Com o protecionismo à indústria nacional (que fica centralizada em São Paulo), os nordestinos são obrigados a pagar mais para consumir menos, privilegiando os sudestinos. Jacques Ribemboim defende maior autonomia administrativa e política para o Nordeste, incluindo a possibilidade de independência plena. Em 2002 lançou o livro Nordeste Independente.

6. Resgate das festividades tradicionais, como Carnaval, São João e Natal, na forma como aconteciam antigamente na Boa Vista e demais bairros centrais do Recife. Com um grupo de amigos, Jacques Ribemboim organiza “O Grito da Véia” (Rua Velha), único bloco de carnaval ambientalmente sustentável (inclusive com certificação internacional); assim como o “São João d’Alegria” (Rua da Alegria), único “arraiá” com certificado TerraPass (Carbon Balanced). Mais recentemente, foi organizado também o “Natal da Glória”, na Rua da Glória (Convento da Glória). As ruas Velha, da Alegria e da Glória são ruas tradicionais do Bairro da Boa Vista.

7. Coordenação de pesquisas de importância sócio-econômica e ambiental, tais como: “Boa Vista – Berço das Artes Plásticas Pernambucanas” (Fundarpe/2012-2013); “A Pesca Sustentável no Brasil” (CNPq/2002-2003); “Inventário do Patrimônio Imaterial dos Bairros de Santo Antônio e São José” (Fundarpe/2012-2013); “Fontes energéticas renováveis para a pequena produção rural no Nordeste do Brasil” (CNPq/2006-2009); “Sistemas Produtivos Localizados” (CAPES/CNPq – 2007-2008); e muitas outras.

8. Difusão e valorização da língua portuguesa como diretor e consultor do FestLatino – Festival de Línguas Neolatinas, entidade que defende a neolatinidade e a lusofonia, sediada no Recife, organizada pelo saudoso poeta, filósofo e escritor Humberto França. O Festival já levou escritores e poetas pernambucanos a países como Índia, Estados Unidos, Argentina, França, Portugal, Romênia e China.

9. Projeto “Cirandas de Verão”, lançado em 2014, proporcionando rodas de ciranda em plena rua, com participação dos transeuntes, na Avenida Boa Viagem, aos domingos, e no Pátio da Santa Cruz, na Boa Vista, em dias de semana. Contando com a animação do cantor Paulo Viola do Recife, ex-integrante do Quinteto Violado e Som da Terra. O projeto lança canções de novos compositores juntamente com músicas já conhecidas e assinadas por grandes nomes da ciranda pernambucana, tais como Baracho, Lia de Itamaracá, Terezinha Calazans e Dona Duda.

10. Integra e participa de diversas entidades filantrópicas e ONGs sócio-ambientais e culturais, tais como: União Pela Vida (desde 1996); Fórum Nacional do Idoso (1995-1999), Fundação Alice Figueira de Apoio ao IMIP (desde 2004); Sociedade Amigos da Sinfônica (desde 1997); Movimento Pró-criança (desde 2002); ONG Civitate (desde 2002); Associação Brasileira de Estudos Populacionais (1997-2010); CCI – Fundo Comunitário Israelita (desde 1992); Centro Vivo (desde 2003); Civitate – recuperando espaços urbanos (desde 2002); Associação Cultual Synagoga Israelita do Recife (desde 2006); AACC (desde 1998); Sinagoga Beit Talmud Tora de Olinda (desde 2014); Cultura Nordestina (desde 2014); Festlatino (desde 2007); WCF-World Child Fund (desde 1997); Hospital do Câncer Infantil (2002-2010); Associação Mantenedora do Orfanato de Igarassu (2009-2015); Abrigo Evangélico Jesus Menino, do Barro (2009); University College Allumni (desde 1999); Sociedade Brasileira de Estudos de Elasmobrânquios (desde 2006); FAACE – Fundo de Apoio a Adolescente e Crianças Especiais (desde 2011); Sociedade Amigos da Biblioteca Pública Estadual (desde 2003); AACD – Associação de Assistência à Criança Deficiente (década de 2000); KKL – Kerem Kayemet leIsrael (desde 1985); SOPEG- Sociedade de ex-bolsistas da Grã-Bretanha (desde 1999); Cercle Bernard Lazare – Grenoble (desde 2008); Associação de ex-bolsistas da França (2010); União Brasileira de Escritores (desde 2002); Academia Carioca de Letras (sócio correspondente, desde 2015); Grupo Naamat Pioneiras (desde 1989); Grupo WIZZO (colaborador supporter desde 1992); Instituto Arqueológico Histórico e Geográfico Pernambucano (desde 2006); Associação de Estudos Latino-americanos (desde 2006) etc.

Respostas

  1. Viva um Nordeste livre e independente!

  2. Caro, Jacques,meu nome é Felipe, sou cearense e tenho orgulho de ser nordestino. Admiro muito o seu trabalho, e concordo plenamente com suas propostas do fim do neocolonialismo, principalmente a proposta de independência plena do Nordeste. Gostaria de fazer parte do ativismo de independência e crescimento do nosso Nordeste, por isso gostaria de algumas dicas do senhor. Muito agradecido!

    • Felipe, por enquanto, muito debate e troca de ideias entre seus amigos, na mídia e nas universidades. Nós, nordestinos, temos que ter plena consciência desta exploração interna, lembrando que nós próprios também temos vícios que precisam ser urgentemente corrigidos, principalmente entre a classe política. Tente me adicionar ao Facebook e teremos contato mais frequente. Abraços!

      • Muito obrigado, professor, suas palavras são geniais e serão de grande importância na minha vida e de todos os nordestinos sedentos por liberdade e mudanças. Já estou seguindo o senhor no Facebook, de prontidão a aprender mais com suas sábias palavras.


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